Novembro Dourado: como identificar e tratar o câncer infantil?
5 de novembro de 2020
Estar sempre atento ao comportamento dos nossos filhos no dia a dia é essencial. É através da observação de suas rotinas, de sinais físicos e psicológicos que podemos identificar alterações que vão indicar que algo de anormal está acontecendo. Essa regrinha, que vale para tudo, também é importante, é claro, quando falamos da prevenção e do diagnóstico do câncer infantil, em suas mais diversas formas.
Para marcar o Novembro Dourado, recorremos à opinião de especialistas para mostrar aos pais a importância da descoberta precoce da doença, ampliando o sucesso do tratamento, as chances de cura e de que a criança volte a ter uma vida normal. Preparamos aqui um pequeno guia para alertar e ajudar os pais.
Quais os sintomas do câncer infantil
Os principais sintomas do câncer infanto-juvenil, em boa parte, não são muito diferentes dos sinais que identificam outras doenças próprias de crianças e adolescentes. Entre eles, vale citar:
– Dores de cabeça
– Febre prolongada de causa não identificada
– Vômito
– Ínguas e gânglios no pescoço, na barriga ou debaixo dos braços
– Dores nas pernas, especialmente nas juntas
– Manchas roxas ou pintinhas vermelhas espalhadas pelo corpo.
– Problemas de visão
– Perda de equilíbrio
– Perda de peso por causa não identificada
O que os pais precisam ficar sempre atentos é à permanência ou à frequência com que alguns desses sinais aparecem. Se as dores de cabeça de tornarem intermitentes, por exemplo, ou se manchas e ínguas permanecerem por mais de uma semana, dez dias, é indispensável buscar a ajuda de um médico – pode ser o pediatra da família – que certamente vai solicitar exames complementares de imagem, de líquor e de laboratório, que serão capazes de definir o diagnóstico.
Em artigo publicado no site do Graac, a Dra. Nasjla Saba, oncologista pediátrica do hospital alerta que qualquer indício que possa auxiliar na indicação do surgimento de um tumor não deve ser descartado, pois o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura. “Além dos exames disponíveis, a prática clínica e a vivência do médico auxiliam muito na percepção da doença. Isso já acontece no primeiro contato com o paciente”, diz a médica no texto.
Como prevenir o câncer infantil
As causas do câncer, seja em adultos ou crianças, não são específicas. Mas há fatores externos e ambientais que, demonstram as pesquisas, podem contribuir para o surgimento da doença. Por exemplo, filhos de pais fumantes que vivem em ambientes contaminados pela fumaça do cigarro (os chamados fumantes passivos), consumo de drogas e exposição constante à radioatividade são fatores que podem aumentar a incidência da doença. Tudo isso, portanto, precisa e pode ser evitado.
Mas há ainda mais o que se pode fazer. É importante, segundo os médicos, para manter a saúde como um todo, inclusive, adotar desde cedo um estilo de vida saudável com uma alimentação regrada, com o consumo regular de frutas, verduras e legumes, moderação de carnes e alimentos fritos e gordurosos. Praticar esportes, combater a obesidade – um fator de risco em determinados tipos de câncer – e realizar exames periódicos, mantendo uma rotina de visitas regulares ao pediatra também é recomendado.
O que fazer se o diagnóstico for positivo?
Medo, impotência e culpa. Essas são reações mais frequentes quando os pais recebem a notícia de que seu filho está com câncer. Muitas vezes, é difícil reagir! Mas, antes de mais nada, é preciso recuperar a razão, ter tranquilidade e enfrentar o problema de frente. O câncer infanto-juvenil, hoje, tem solução em boa parte dos casos, especialmente quando o diagnóstico é feito no início da doença. Vale lembrar que em hospitais como o Graacc de São Paulo, referência em oncologia infantil na América Latina, a média de cura já passa de 70%, incluindo os tratamentos de alta complexidade. E é nisso que os pais têm de acreditar.
Passado o choque inicial, uma outra questão fundamental é saber dar a notícia ao filho. No caso dos adolescentes, a conversa deve ser franca e direta, a gravidade da situação tem de ser exposta, mas também as perspectivas de que o problema pode ser superado. No caso das crianças menores, o Dr. Victor Zecchin, oncologista pediátrico e diretor clínico do setor de transplantes de medula do Hospital do GRAACC, recomenda que a conversa deve ser realizada de maneira mais lúdica, através de bonecos e desenhos.
O envolvimento dos familiares e o acompanhamento de médicos, psicólogos, nutricionistas, professores, todos que possam manter o equilíbrio físico e emocional do paciente, incentivando a lutar pela vida também é fundamental. Nunca se deve demonstrar pena, mas respeito pelo paciente. A criança e o adolescente precisam saber que a medicação pode privá-los de coisas que eles gostariam de fazer e podem fazê-los sentir-se mal. Mas é o que vai levá-los à cura.
Consulte com frequência o seu pediatra. Compartilhe informações e ajude outras famílias a cuidar bem dos seus filhos.