Dia Mundial de Combate à Agressão Infantil: todos somos responsáveis
4 de junho de 2024
A agressão a uma criança não deixa apenas marcas físicas. O medo e a vergonha comprometem o desenvolvimento emocional e podem acompanhar os pequenos pelo resto de suas vidas. O assunto é sério e ganhou proporção global. Em 1982, chegou ao ponto de a Organização das Nações Unidas instituir o 4 de junho como o Dia Mundial de Combate à Agressão Infantil.
De acordo com os dados da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância (Sipani), em torno de 18 mil crianças são vítimas de algum tipo de violência – especialmente a violência doméstica – todos os dias no Brasil. E enfrentar essa triste realidade não é uma medida fácil, já que uma boa parte das agressões ocorrem dentro de casa. Por isso, seja por medo, vergonha ou falta de meios para fazê-lo, denúncias ainda são raramente registradas.
Mas todos nós podemos ajudar nessa causa. Qualquer indício de violência contra a criança precisa ser denunciado. Seja na escola, no condomínio, no clube, é importante estarmos sempre atentos. As mudanças de comportamento e sinais de tristeza, abatimento ou isolamento de não apenas nossos filhos, mas todas as crianças, podem ser sinais. Por isso, é muito importante comunicar o assunto diretamente aos responsáveis, aos conselhos tutelares ou autoridades. Através do disque 100, você tem um canal efetivo para denunciar.
Leis contra a agressão Infantil
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, sancionado em 1990, criou mecanismos para proteger a infância e combater a violência contra a criança. Até hoje, é uma legislação que inspira outros países a adotarem medidas semelhantes. Há ainda a Lei Menino Bernardo, que já foi chamada de Lei da Palmada, e que desde 2014 garante aos pequenos o direito a uma educação sem castigos físicos, livre de tratamento cruel ou degradante.
E vale lembrar que as agressões sofridas na infância não são apenas físicas, mas incluem pressão psicológica, violência sexual e assédio moral entre outras manifestações. Por isso, conversar com os nossos filhos é sempre o melhor caminho para prevenir. É importante mostrar desde cedo o que pode e o que não pode, os limites que devem saber impor em suas relações com o próximo. Assim, é possível proteger as crianças, já que saber disso faz toda toda a diferença no agora. Além de, é claro, preparar os pequenos para enfrentar o mundo no futuro.