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Especial Dia das Crianças: meus filhos e o novo sentido ao meu viver

26 de outubro de 2018

Em casa, muitas vezes, tenho a sensação de que tudo parece estar de cabeça para baixo. Seguimos na contramão da avalanche de teorias que querem nos enfiar goela a baixo como educar os nossos filhos.

Há criação com apego, tem criança de quatro anos com mamadeira e já rolou muita cama compartilhada. O desfralde só ocorreu quando houve sinais de segurança. E por mais que eu ofereça autonomia e responsabilidades para que o pequeno ganhe independência em sua formação e desenvolvimento, há muitos afazeres que eu me proponho a ajudá-lo.

Sei que existem bons estudos sobre o desenvolvimento humano. No entanto, não fico preso às teorias, correndo atrás dos livros como se fossem manuais de instruções. Aliás, as crianças não vêm com botões liga/desliga e tampouco ferramentas para apertar parafusos.

E conforme meus filhos crescem, eu agradeço à criação divina por vivenciar a edificação de seres únicos, com identidade própria, que também me formam com exposição de personalidade e ponto de vista. E mesmo que a informação seja um fio condutor, me pauto na intuição paterna e no amor para minhas escolhas.

Com dois pequenos em casa, senti a mudança significativa na rotina e, até mesmo na decoração do lar. As louças e porta-retratos estão enfeitados, muitas vezes, com fraldas de boca, copinhos, mamadeiras… Da mesma forma no meio da sala tem o carrinho de bebê, brinquedos, brinquedos e mais brinquedos. Bagunça? Não, vida!

Vida que se espalha pelos móveis, na lataria do carro recém-encerado e nas migalhas espalhadas pelo assento. Ter filhos é um desafio de releitura diária daquilo que realmente é necessário para nos fazer feliz.

A casa pode estar limpa, mas não ter todos os objetos em seu devido lugar o tempo todo. Pode ser colocada em ordem, porém não garantir o mesmo cenário daquela dos recém-casados. O automóvel ainda que receba a faxina periódica, não exige um estado impecável por muitos dias… Se em nosso meio não há sinais de vida, pode haver os da falta dela…

Garanta os abraços, os beijos estalados, o toque físico, o rolar no chão e as brincadeiras. Visite as praças, corra, pule, jogue… Olhe profundamente nos olhos, amacie seus cabelos e busque também “não fazer nada” em sua companhia. O “nada” pode ser “tudo” quando há oferta de tempo. Queira assistir o filme agarradinho no sofá, converse sobre a relação de vocês, seus sentimentos, sonhos, vontades e eduque-os, mas não os faça refém da disciplina.

Permita-se seguir em equilíbrio, tendo-o como palavra-chave na conduta deste processo de formação. Precisamos ser capacitados para amar e não apenas falar “eu te amo”… Um dia nossos filhos sairão da nossa cama, não sujarão o banco do carro e não deixarão mais marcas de mãos pelos móveis.

Os mesmos dedos que tocam tudo pela casa não estarão nas nossas costas durante a madrugada, não segurarão mais nossos dedos para atravessar a rua, não acariciarão nossa face enquanto os seguramos nos braços e talvez sejam vistos num abano de adeus, sem prazo de volta.

E, como eles não acompanham manuais quando desembarcam em nossa vida, sobretudo com orientações de como reprogramar os momentos perdidos, experimente ofertar-lhes aquilo que o dinheiro não compra… Não se prenda aos livros, às teorias… abuse do amor! O tempo não vai parar, não haverá prazo para garantias e, um dia, eles partirão!

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