Novembro Dourado: principais tipos de câncer infantil e como tratar
10 de novembro de 2020
O câncer não tem idade para atacar. Mas a forma de tratamento de pacientes crianças e adolescentes precisa levar em conta algumas particularidades. Nas pessoas nessa faixa de idade, por exemplo, os tumores têm crescimento mais acelerado, bem mais rápido do que nos adultos, o que exige uma terapia mais intensa. Em contrapartida, os jovens também se recuperam mais rapidamente. Por isso, o mais recomendável é que sempre que for possível os pais devem procurar unidades especializada no tratamento de câncer infanto-juvenil onde, comprovadamente, os resultados são melhores do que em hospitais gerais já que as equipes são mais especializadas e os recursos técnicos melhor direcionados para este tipo de atendimento.
Oncologista pediátrico, diretor clínico do setor de transplantes de medula óssea do Hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer, o GRAACC de São Paulo, o doutor Victor Zecchin, diz que o mais importante, qualquer que seja a idade, é o diagnóstico precoce. A pronta identificação dos sintomas, com o início rápido do tratamento, conjugado com a evolução das técnicas terapêuticas, é um fator decisivo para alcançar a cura. E, como parte da campanha do Novembro Dourado, Dr. Zecchin, preparou para o blog uma relação atualizada das modalidades de câncer mais comuns entre crianças e adolescentes
Leucemia:
Ocorre em qualquer faixa etária, porém com características diferentes em cada uma delas. É o câncer mais comum na infância, com origem na medula óssea.
Sintomas: Dor nos ossos ou articulações, palidez, manchas roxas, sangramento, febre e abatimento.
Tratamento: quimioterapia e transplante de medula óssea.
Tumores do sistema nervoso, cérebro e cerebelo
São os tumores sólidos mais frequentes em crianças. Ao persistirem os sintomas, o paciente deve ser examinado por um neurologista, fazer uma tomografia ou ressonância nuclear magnética para permitir o diagnóstico.
Sintomas: Dor de cabeça e vômitos pela manhã, tontura e perda do equilíbrio.
Tratamento: Os tumores benignos são tratados apenas com cirurgia. Para os malignos, em geral, são necessárias quimioterapia, radioterapia e eventualmente transplante de medula.
Neuroblastoma:
É mais comum em crianças com menos de 5 anos. Os locais mais frequentes são abdome, tórax e pescoço, na região mais próxima da coluna vertebral. Mas também pode afetar fígado, ossos e medula óssea.
Sintomas: Dor e aumento da barriga, perda de controle das fezes e urina, dificuldade para respirar.
Tratamento: Cirurgia, quimioterapia, e, em alguns casos, radioterapia e transplante de medula óssea.
Retinoblastoma:
Afeta os olhos e geralmente ocorre antes dos quatro anos. O exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada, é a forma mais indicada para o diagnóstico preciso.
Sintomas: A principal manifestação é um reflexo brilhante no olho, parecido com o brilho dos olhos de um gato quando iluminados à noite. As crianças podem ainda ficar vesgas, ter dor nos olhos ou perder parcialmente a visão.
Tratamento: Os tumores pequenos podem ser tratados com tecnologia que permite que a criança volte a enxergar normalmente. Nos casos mais graves, é preciso quimioterapia e radioterapia, as vezes cumulativas, e existe o risco de perda definitiva da visão na vista afetada.
Sarcomas de partes moles:
São tumores que podem ocorrer em músculos, gordura e articulações. Afetam crianças, adolescentes e adultos, indiscriminadamente. Podem ocorrer na cabeça, no pescoço, na área genital, nos braços e nas pernas. O diagnóstico é feito por biópsia.
Sintomas: Inchaço no local afetado, pele avermelhada e dor.
Tratamento: cirurgia e quimioterapia.
Tumor de Wilms:
É outro que aparece, normalmente, antes dos cinco anos, atacando os rins do paciente. O ultrassom é o exame mais indicado para o diagnóstico.
Sintomas: Surgimento de uma massa e dores abdominais são os mais recorrentes. Mas também pode provocar sangue na urina e pressão alta.
Tratamento: Cirurgia para a retirada do rim comprometido, com quimioterapia ou radioterapia.
Linfoma de Hodking:
É um tumor que acomete gânglios e baço, mais frequente em adolescentes. O diagnóstico é feito com biópsia.
Sintomas: A maioria dos casos começa com “ínguas” que vão crescendo no pescoço, nas axilas ou na região inguinal. O paciente pode apresentar ainda febre prolongada e perda de peso.
Tratamento: Quimioterapia e radioterapia
Linfoma não Hodgkin:
Mais frequente em meninos, dos quatro aos oito anos. Atinge principalmente o tórax e o abdome.
Sintomas: Tosse, falta de ar, dor na barriga e retenção das fezes.
Tratamento: Depende das características do tumor e de onde ele está localizado.
Tumores ósseos:
São mais frequentes em adolescentes. Quase sempre o paciente conta que teve uma batida que causou dor, mas a dor não vai embora. O local mais comum é logo acima ou logo abaixo do joelho. Para diagnosticá-los é importante fazer um raio X, tomografia ou ressonância do local. Além disso, um médico ortopedista, com experiência em câncer, deve realizar uma biópsia com agulha.
Sintomas: Dor que não passa, a pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver também um inchaço no local.
Tratamento: cirurgia e quimioterapia
Tumores germinativos:
Raros na infância, acometem ovário e testículos. Entre os meninos, a incidência é até 40 vezes maior quando os testículos não descem para a bolsa escrotal. O diagnóstico é feito na cirurgia em que se retira o tumor.
Sintomas: No caso das meninas, dores abdominais, puberdade precoce e tumorações palpáveis. Para os meninos, o sinal de alerta é o aumento da bolsa escrotal, confundido muitas vezes com uma hérnia.
Tratamento: quimioterapia.
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