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Novembro Dourado: veja os tipos de câncer infantil e como tratar

5 de novembro de 2021

Por si só a palavra câncer é assustadora. Ouvir esse diagnóstico, ainda mais em relação aos nossos filhos, é sentir o mundo desabar sobre a nossa cabeça. E motivos não faltam para isso. Mas com o avanço da medicina e a evolução das técnicas terapêuticas, os índices de cura da doença são a cada dia mais promissores. Ah, sim, razão para termos esperanças! E o importante, como já dissemos aqui, é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, fundamentais para se alcançar a cura.

Isso é um ponto importante: o tratamento de crianças e adolescentes com câncer tem certas particularidades em relação aos adultos. A própria doença manifesta-se de maneiras diferentes. Nas faixas mais jovens, por exemplo, os tumores crescem de forma bem mais acelerada do que nos mais velhos, o que exige uma terapia mais intensa. Em contrapartida, os jovens também se recuperam mais rapidamente.

Por isso, o mais recomendável é, sempre que possível, que os pais procurem unidades especializada no tratamento de câncer infanto-juvenil onde, comprovadamente, os resultados são melhores do que em hospitais gerais já que as equipes são mais especializadas e os recursos técnicos melhor direcionados para este tipo de atendimento.

Mas você sabe quais os tipos de câncer que mais atingem às crianças e aos adolescentes? Informação é o primeiro remédio para combater a doença. Por isso, preparamos um pequeno guia para você, com a ajuda de profissionais do Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer, o GRAACC de São Paulo. Continue a ler para saber.

Leucemia

Ocorre em qualquer faixa etária, porém com características diferentes em cada uma delas. É o câncer mais comum na infância, com origem na medula óssea.

Sintomas: Dor nos ossos ou articulações, palidez, manchas roxas, sangramento, febre e abatimento.

Tratamento: quimioterapia e transplante de medula óssea.

Tumores do sistema nervoso, cérebro e cerebelo

São os tumores sólidos mais frequentes em crianças. Ao persistirem os sintomas, o paciente deve ser examinado por um neurologista, fazer uma tomografia ou ressonância nuclear magnética para permitir o diagnóstico.

Sintomas: Dor de cabeça e vômitos pela manhã, tontura e perda do equilíbrio.

Tratamento: Os tumores benignos são tratados apenas com cirurgia. Para os malignos, em geral, são necessárias quimioterapia, radioterapia e eventualmente transplante de medula.

Neuroblasma

É mais comum em crianças com menos de 5 anos. Os locais mais frequentes são abdome, tórax e pescoço, na região mais próxima da coluna vertebral. Mas também pode afetar fígado, ossos e medula óssea.

Sintomas: Dor e aumento da barriga, perda de controle das fezes e urina, dificuldade para respirar.

Tratamento: Cirurgia, quimioterapia, e, em alguns casos, radioterapia e transplante de medula óssea.

Retinoblasma

Afeta os olhos e geralmente ocorre antes dos quatro anos. O exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada, é a forma mais indicada para o diagnóstico preciso.

Sintomas: A principal manifestação é um reflexo brilhante no olho, parecido com o brilho dos olhos de um gato quando iluminados à noite. As crianças podem ainda ficar vesgas, ter dor nos olhos ou perder parcialmente a visão.

Tratamento: Os tumores pequenos podem ser tratados com tecnologia que permite que a criança volte a enxergar normalmente. Nos casos mais graves, é preciso quimioterapia e radioterapia, as vezes cumulativas, e existe o risco de perda definitiva da visão na vista afetada.

Sarcomas de partes moles

São tumores que podem ocorrer em músculos, gordura e articulações. Afetam crianças, adolescentes e adultos, indiscriminadamente. Podem ocorrer na cabeça, no pescoço, na área genital, nos braços e nas pernas. O diagnóstico é feito por biópsia.

Sintomas: Inchaço no local afetado, pele avermelhada e dor.

Tratamento: cirurgia e quimioterapia.

Tumor de Wilms

É outro que aparece, normalmente, antes dos cinco anos, atacando os rins do paciente. O ultrassom é o exame mais indicado para o diagnóstico.

Sintomas: Surgimento de uma massa e dores abdominais são os mais recorrentes. Mas também pode provocar sangue na urina e pressão alta.

Tratamento: Cirurgia para a retirada do rim comprometido, com quimioterapia ou radioterapia.

Linfoma de Hodking

É um tumor que acomete gânglios e baço, mais frequente em adolescentes. O diagnóstico é feito com biópsia.

Sintomas: A maioria dos casos começa com “ínguas” que vão crescendo no pescoço, nas axilas ou na região inguinal. O paciente pode apresentar ainda febre prolongada e perda de peso.

Tratamento: Quimioterapia e radioterapia

Linfoma não Hodking

Mais frequente em meninos, dos quatro aos oito anos. Atinge principalmente o tórax e o abdome.

Sintomas: Tosse, falta de ar, dor na barriga e retenção das fezes.

Tratamento: Depende das características do tumor e de onde ele está localizado.

Tumores ósseos

São mais frequentes em adolescentes. Quase sempre o paciente conta que teve uma batida que causou dor, mas a dor não vai embora. O local mais comum é logo acima ou logo abaixo do joelho. Para diagnosticá-los é importante fazer um raio X, tomografia ou ressonância do local. Além disso, um médico ortopedista, com experiência em câncer, deve realizar uma biópsia com agulha.

Sintomas: Dor que não passa, a pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver também um inchaço no local.

Tratamento: cirurgia e quimioterapia

Tumores germinativos

Raros na infância, acometem ovário e testículos. Entre os meninos, a incidência é até 40 vezes maior quando os testículos não descem para a bolsa escrotal. O diagnóstico é feito na cirurgia em que se retira o tumor.

Sintomas: No caso das meninas, dores abdominais, puberdade precoce e tumorações palpáveis. Para os meninos, o sinal de alerta é o aumento da bolsa escrotal, confundido muitas vezes com uma hérnia.

Tratamento: quimioterapia.

Consulte com frequência o seu pediatra. Compartilhe informações e ajude outras famílias a cuidar bem dos seus filhos.

 

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